O primeiro frame do meu segundo filme

Depois de conceber as ideias mais importantes do meu segundo filme, "A Dor e o Silêncio do Infinito" (2026), finalmente cheguei à composição do primeiro plano, primeira cena. Tive que tomar por referência algumas imagens de supernovas da Nasa, para compreender como a luz se comporta nesse evento. Como meu filme não tem a menor intenção de ser 100% fiel à física e à vida real, o resultado acaba sendo esse, com algumas cores bem fantasiosas.

Primeiro frame de "A Dor e o Silêncio do Infinito" (2026)

Tenho um apreço estrondoso por começar meus filmes com ambiente. De maneira geral, eu observo que filmes que normalmente começam com dois ou três atos sempre têm a necessidade de ditar o tom e a configuração do mundo do filme de forma ambiental. Com o meu, não seria tão diferente.

Alguns filmes eu já vi começarem com o protagonista "right away", e quase foi o caso de agora. Cheguei a pensar em fazer um paralelo do meu protagonista com primeiro frame vs último frame, afetado pelas transformações brutais que lhe ocorrem durante a história, mas provavelmente vou desenvolver esse paralelo de toda forma sem a necessidade da simetria na montagem.

Acho que a decisão do meu primeiro frame do meu filme anterior "Apoptosis (2023)", meu primeiro, influenciou diretamente nisso. Parece que algumas tendências percorrem linhas invisíveis no nosso subconsciente, porque quando fiz meu primeiro filme (com muita pressa para entregar), eu não tinha pensado exatamente do porquê eu comecei com várias sequências do ambiente. Na época que já sabia que eu gostava dessa ordem de aparição dos elementos narrativos, mas não tinha parado para tomar consciência dessa escolha.

Primeiro frame de "Apoptosis" (2023)

É bom ter ciência de algumas escolhas. Estudando agora durante o mestrado passo a ter uma visão cada vez mais questionadora de várias decisões criativas; e sempre se perguntar porque algo está sendo feito gera muito material a ser discutido na área de cinema.

Ansiosa para trazer mais conteúdo sobre o processo do meu segundo filme para cá.