Por que eu não finalizo mais as minhas artes?


Essa ilustração foi feita em meia hora com o Krita. Percebi, com ela, que faz muito tempo que não entro na etapa de renderização e clean-up (ou seja, finalização). Meu apreço pelo traço original do esboço têm sido crescente.

Provavelmente, esse fenômeno se deve à minha aproximação com a animação. Em especial, animar sozinha: é brutal o processo de começar e terminar várias cenas sozinha. São muitas etapas: quadros chaves, esboço, clean-up, lineart, colorização, ambientação...

Passei a parar no esboço. E têm funcionado. Na realidade, me sinto até mais contente com os resultados. A experimentação com cores e formas ganha uma dimensão ainda mais vasta e divertida de viver.


Mais uma peça finalizada em meia hora. Ampliando a imagem, é possível observar o uso expressivo de formas simples, misturadas com pincéis de borrar. Aqui não usei esboços, apenas formatos irregulares. Então, até o próprio esboço em lápis pode ser eliminado em alguns casos - dando lugar ao esboço de formas.


Essa eu levei menos de vinte minutos. Anteriormente, já me ocorreu (mais vezes do que eu gostaria) de odiar o resultado final, que é mais polido, do que a fase de esboço.

Isso me traz uma reflexão: nenhuma convenção linear e norma estrutural são obrigatórias de serem cumpridas na arte. Esse levantamento parece óbvio, mas só quando viro meu olhar para o outro, para a arte alheia, para o filme alheio. A realidade é que ainda sou medrosa com minhas próprias experimentações artísticas. É um atributo que espero superar com o tempo, porque esses resultados têm sido mais interessantes do que o 'limpo' e 'organizado'.